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19 de fevereiro de 2010

RELACIONAMENTOS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Conceito de Cadeia Produtiva




A cadeia de suprimentos é definida como sendo o conjunto de atividades que envolvem a distribuição do produto para o consumidor final, desde a aquisição de matéria prima, manufatura e montagem, armazenagem, controle de estoques, controle de entrada e saída de materiais, distribuição entre os elos da cadeia, entrega ao consumidor e também o sistema de informações envolvido.

Todas as cadeias de suprimento integradas são compostas por elos, simbolizando seus integrantes. Por exemplo: fornecedor, indústria, CD (Centro de Distribuição), atacado e, finalmente, o varejo. Sendo assim, através de pesquisas, temos percebido uma grande tendência das margens brutas serem maiores, na medida em que este elo esteja mais próximo do consumidor, ou seja, o varejo tem uma tendência a praticar maiores margens. Desta forma, tem sido percebido como dominador da cadeia produtiva.



A Importância de Construir Relacionamentos na SCM



Em 2003 houve um debate realizado por Kirby para a Harvard Business Review, onde participaram pessoas especialistas na área de Cadeia de Suprimentos, foram explorados outros aspectos da SCM, como obstáculos e oportunidades, talentos, o papel dos executivos e as últimas tecnologias. Em uma abordagem sobre o foco atual da SCM, o consenso foi que atualmente a maior preocupação está na redução de custos, o que anteriormente era focado na velocidade de resposta para a reposição. As estratégias hoje também são refeitas baseando-se em informações em tempo real, parceiros, tendências e etc. Hoje, o principal para os negócios é cortar custos para sobreviver, porém, deve-se inovar para prosperar.

Nesta linha de pensamento, deve-se buscar a harmonização entre os sistemas de informação e troca de dados entre empresas, com estratégias e acordos de fornecimento onde existe a função “ganha-ganha”. Para conseguir atingir tais objetivos é necessário a criação de uma rede de relacionamento efetiva e eficaz entre as empresas, através de seus líderes.

A confiança é essencial para o relacionamento, claro, porém antes de confiança deve existir um contrato inteligente. Atualmente, as melhores companhias estão iniciando uma triagem de sua cadeia de suprimentos. Em outras palavras, vão separar vendedores de “commodities”, de fornecedores preferenciais com os quais possuem um bom relacionamento e podem criar alianças estratégicas para a cadeia de suprimentos. Eles manejam o fornecimento com base em diferentes elementos e caminhos, usando diferentes métricas, processos, pessoas e diferentes mentalidades.



Riscos da Cadeia de Suprimentos



Dentro da SCM existem oito áreas críticas de risco: planejamento da continuidade dos negócios, segurança na aplicação da gestão da cadeia de suprimentos, integridade dos dados, segurança dos aplicativos, governança corporativa, relações de colaboração, despesas de capital e investimentos na cadeia de suprimentos, força de trabalho.

Do ponto de vista do planejamento da continuidade dos negócios, as empresas de varejo e produtos ao consumidor estão bem preparadas para recuperar dados e tecnologias vitais da cadeia de suprimentos na eventualidade de interrupções de eletricidade e outras.

A implementação do sistema possui uma inumerável quantidade de riscos, e a maior parte vincula-se à segurança do sistema aplicativo, precisão dos sistemas, queda dos sistemas e continuidade do serviço, disponibilidade dos sistemas, assim como o risco cultural.

Riscos relacionados a sistemas são fortemente diminuídos e minimizados com a aquisição de um produto conhecido, provado, de rápida implantação, com grande apoio técnico. É aqui onde o trabalho de procurement e benchmarking tem um peso importante.

Risco cultural está vinculado à cultura, usos e costumes de comercialização de bens e serviços no país, na responsabilidade e qualidade na venda de bens e serviços, e ainda mais pontualmente no cumprimento dos tempos de resposta e respeito na qualidade dos produtos.



O Poder da Cadeia de Suprimentos

Na ultima década uma boa parte do poder de barganha passou dos fabricantes para os varejistas, em função do exercício de preferência do consumidor, o que resultou em quatro acontecimentos bem peculiares. Primeiro, a tendência geral tem sido em direção a concentração empresarial em áreas especificas do varejo, o que significa os canais são denominados por poucas empresas com uma cobertura mais extensa de áreas de comércio. Segundo, os varejistas têm acesso à informação vital sobre o que esta acontecendo no mercado. Algumas empresas possuem computadores em transmissão real via satélite para que seus clientes fiquem informados sobre as novas tendências de mercados. Terceiro, este fator favoreceu os varejistas, pois a dificuldade esta cada vez maior e o alto custo que os fabricantes estão enfrentando para o desenvolvimento de novas marcas. Os produtos da de marcas próprias de qualidade tem maior penetração em sua categoria do que os produtos das marcas nacionais. E o por fim Quarto item, o processo de ressuprimento logístico passou de uma postura “de empurrar” para a “de puxar”. A coordenação precisa e a organização sofisticada de um sistema logístico de rápida resposta, ditado pelo mercado são determinadas preferencialmente pelo comportamento de compra do consumidor. Só quando os consumidores compram produtos é que o valor potencial da cadeia de suprimentos se materializa.



Liderança da Cadeia de Abastecimento

A liderança não é uma tarefa fácil. O desafio é oferecer aos seus clientes o que precisam, quando precisam, como precisam, e pelo preço mais baixo, sem necessidade de manter estoque no canal, fazer promoções ou descontos de estoques obsoleto. A chave para ser líder na cadeia de abastecimento é conseguir um desempenho sólido. Os líderes da cadeia de abastecimento têm um melhor desempenho, com um estoque reduzido e baixos custos. Para alcançar a excelência, as empresas devem realinhar seu foco interno para incluir na sua cadeia de abastecimento elos que historicamente não fazem parte do processo de gerenciamento de Supply Chain (cadeia de abastecimento). A superioridade na administração da cadeia de abastecimento está relacionada com o fazer mais com menos. Isto é, aperfeiçoar os processos da cadeia de abastecimento, incrementar a velocidade e a efetividade, com objetivo de reduzir custos e equilibrar os serviços ao cliente.



Visões de Lideranças



Cada fabricante tem uma visão diferente, e é necessário que a adquira, pois o mercado não é igual para todos. O fabricante de Produtos Médicos - busca a maximização, a satisfação e a rentabilidade do cliente por meio de relacionamentos de classe mundial na cadeia de suprimentos. Promove a excelência operacional e utiliza a tecnologia de informação, permitindo o gerenciamento da relação no canal e o fluxo físico de produtos em âmbito mundial. O fabricante de eletrodomésticos - tem comprometimento com o compartilhamento de informação e tecnologia para reduzir o tempo total de ciclo da cadeia de suprimento, com os respectivos custos ajustados de modo a atender as necessidades próprias de clientes específicos. O Fabricante de computadores – faz a entrega simples, rápidas e perfeitas, de valor percebido pelos nossos clientes, de tal maneira que a empresa se torne o marco ao qual as demais busquem se equiparar. O Importante Varejista de alimentos - tem a disposição para compartilhar informação de modo a obter uma entrega confiável e rápida, e assegurar a disponibilidade dos produtos. Grande Atacadista – busca a erradicação de todo o desperdício e que toda a duplicação sejam eliminados ao considerar as operações com fornecedores preferenciais e as operações com grupos de logística e de comercialização da empresa. A informação é totalmente compartilhada e as operações, modificadas, quando necessário, para permitir maior competitividade. A empresa está empenhada no compartilhamento das vantagens com fornecedores preferenciais de alto desempenho.



Fatores de Sucesso



Para haver sucesso na cadeia de suprimentos é importante que o relacionamento seja verdadeiro. As alianças entre participantes primários de uma cadeia de suprimentos e prestadores de serviços tem sido uma prática comum da logística.

Os fatores que influenciam o sucesso de relacionamentos na cadeia de suprimentos são:

Excelência individual - os dois parceiros envolvidos são fortes e possuem capacidade para contribuir para o relacionamento. Seus motivos para entrar nele são positivos (buscar oportunidades futuras) e não negativos (mascarar fraquezas ou fugir de uma situação difícil).

Importância - o relacionamento atende a objetivos estratégicos importantes dos parceiros; portanto, eles farão todo o esforço para que funcione. Os parceiros tem metas a longo prazo em que o relacionamento desempenha papel-chave.

Interdependência- os parceiros precisam um do outro. Eles possuem ativos e habilidades complementares. Nenhum pode realizar sozinho o que podem realizar em conjunto.

Investimento - os parceiros investem um no outro (por exemplo, por meio de troca de ações, propriedade cruzada ou diretorias mútuas) para demonstrar seus respectivos interesses no relacionamento mútuo. Demonstram sinais tangíveis de comprometimento a longo prazo por meio da destinação de recursos financeiros e de outros tipos de recursos ao relacionamento.

Informação - a comunicação é razoavelmente aberta. Os parceiros compartilham a informação necessária para que o relacionamento funcione, incluindo seus objetivos e metas, dados técnicos e conhecimento de conflitos, problemas ou situações de instabilidade.

Integração- os parceiros desenvolvem vínculos e modos de operação compartilhados para que possam trabalhar em conjunto sem problemas. Criam conexões amplas entre várias pessoas em diversões níveis organizacionais. Tornam-se professores e aprendizes, ao mesmo tempo.

Institucionalização - o relacionamento recebe um status formal, com responsabilidades e processos decisórios bem estabelecidos. Ele vai além de pessoas especificas, por quem foi instituído e não pode ser quebrado por capricho.

Integridade - os parceiros comportam-se com dignidade um em relação ao outro, o que justifica e aumenta a confiança mútua. Não utilizam de maneira incorreta a informação obtida nem se prejudicam um ao outro.

Considerações gerais

No contexto atual do ambiente empresarial, a gestão da cadeia de suprimentos surge como um veículo através do qual as empresas podem obter vantagem competitiva. As empresas foram solicitadas a alterar o modelo tradicional de relacionamento distante e de curto prazo - mercado puro, com seus fornecedores, por uma relação colaborativa de longo prazo - parceria. A literatura relevante sobre parceria destaca uma série de atributos e características que devem estar presentes neste tipo de relacionamento, para que as empresas possam atingir os resultados a que se propuseram. Nesta pesquisa, desenvolve-se uma análise da literatura relevante em gestão de cadeia de suprimentos e gestão de relacionamentos, e apresenta-se um modelo conceitual.

Conclusão

Vivemos hoje a era da globalização. Com isso estamos observando a padronização dos conceitos e tendências que, discretamente adaptados aos regionalismos, permitem que obtenhamos uma grande redução nos custos de produção e manutenção dos produtos e serviços.

Falamos muito em diferenciação, mas o que realmente queremos dizer com isso? Todas as empresas buscam a tal da "diferenciação", seja no atendimento customizado ou na adequação do produto à necessidade do cliente. Temos que surpreendê-los incessantemente. Com a difusão desse conceito, observamos uma padronização de comportamentos que estabelecem um novo paradigma. Essa nova condição é incorporada ao produto ou serviço que deixará de ser novidade, tornando-se mais uma característica da linha basal de produção a ser alcançada para se estabelecer no mercado.

Com esse novo padrão de qualidade percebemos que a competição já não é mais baseada na empresa isolada, mas sim na sua cadeia de valor, onde dentro dela destacamos a cadeia de suprimentos.

Ao utilizar os sistemas de informática integrados para mapear as vontades e necessidades dos clientes, com as várias versões disponíveis no mercado, temos a possibilidade de conhecer melhor nosso cliente, e com isso adaptar o nosso SCM às suas necessidades. Analisar as tendências do mercado com a utilização de métodos de avaliação estratégica para conhecermos nossos pontos fortes e fracos, além da consciência do tamanho que queremos ter, são pontos importantes para desenvolvermos um plano logístico eficaz na colocação de novos produtos no mercado. A cadeia de suprimentos integrada é o novo foco de concorrência.

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